FÁTIMA MALDONADO
capa do cineasta J.[oão] Botelho
Coimbra, 1980
Centelha – Promoção do Livro, SARL
1.ª edição
17,7 cm x 11,7 cm
72 págs.
exemplar estimado, embora a capa apresente sinais de antiga humidade; miolo limpo
30,00 eur (IVA e portes incluídos)
Segundo o poeta e crítico literário Joaquim Manuel Magalhães (in Os Dois Crepúsculos, A Regra do Jogo, Lisboa / Porto, 1981):
«É um primeiro livro, e desde logo renovante na nossa mais recente poesia. Uma tentativa de organizar o discurso confessional (desligado do lirismo intimista), que não perca de fito a recusa de ser um mero ofício de autenticidade: escolhe uma pose onde se busca tão-só organizar uma verosímil sinceridade. [...]
É importante, porém, não perder de vista que não é fundamental que se trate de uma mulher, mas sim que sejamos confrontados com histórias de uma pessoa que tem o sexo feminino. Não há primarismos feministas: há feminilidade. Que pode ser tão-só aquilo que também atinge outro sexo qualquer: a complexa mágoa de quando temos de reencontrar o corpo que pedimos que tomassem de nós. Numa naturalidade das referências ao sexo, à sua moral, às suas dominações interiores, enquanto se cospe a audácia de uma difícil despedida.
A mulher não é uma palavra de ordem: é um modo de ver e de ser. Não é uma fuga ao homem (por muito que possa assistir essa legitimidade a outras mulheres), para a penumbra do ódio e do racismo sexual: é um taco a taco com as taras masculinas dominantes e com esse mundo da pequena-burguesia sexual onde o homem se julga homem por se reprimir aos códigos que lhe convencionaram ser de homem, e que ninguém sabe particularmente quais são na fragilidade do ser. Sem perder nenhum tempo com missionarismos, Fátima Maldonado sarcastiza essas taras maioritárias que desfecundam o caminho entre muitos homens e muitas mulheres. [...]»
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