terça-feira, agosto 20, 2024

Auá




FAUSTO DUARTE
pref. Aquilino Ribeiro
capa de Francisco de Oliveira

Lisboa, 1934
Livraria Clássica Editora
1.ª edição
199 mm x 129 mm
XXXII págs. + 228 págs.
encadernação recente de amador em meia-inglesa gravada a ouro na lombada
não aparado
conserva a capa anterior da brochura
exemplar muito estimado; miolo limpo
VALORIZADO PELA DEDICATÓRIA MANUSCRITA DO AUTOR
peça de colecção
55,00 eur (IVA e portes incluídos)

Do aludido Prefácio de Aquilino:
«[...] Fausto Duarte, que se embrenhou pelo mato, dormiu nas cubatas do interior, viu acordar as moranças, vem reconciliar-nos com a África e a primeira e mais grata impressão é a de alívio. Desafoga-se. O ar tem a competente impregnação de oxigénio, pássaros das mais belas côres e mais canoros que primas-donas alegram a païsagem, o sol não é “metal em fusão” e pela estrada plaina, como na Europa, o motor do automóvel vai cantando gloriosamente. Balantas e fulas, das onze raças da Guiné os mais activos, ocupados nos agros, erguem a cabeça curiosa. Também aquela rapariga é perita em lançar esquiva e langorosa mirada! Reina a santa paz, idílica paz, as mulheres pilam o arroz e o ruído dos maços repercute ao longe como os mangoais nas eiras de Portugal. Logo, ao sol-pôr, quando as cubatas fumegarem ao céu, falta apenas que desça dos campanários um magoado e suavíssimo angelus. [...]»
Curioso é, que, após o fim da Segunda Guerra Mundial, tenham sido estes mesmos “domesticados” negros guineenses a oferecer a maior resistência ao colonialismo, dando origem à violência mais sanguinária de todas as frentes onde Portugal teve que tentar esmagar os legítimos desejos de independência dos povos...

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