domingo, agosto 25, 2024

O Vestido Vermelho

STIG DAGERMAN
trad. e prefácio de Irene Lisboa
capa de Infante do Carmo

Lisboa, 1958
Editorial Estúdios Cor, Lda.
1.ª edição
193 mm x 143 mm
336 págs.
é o n.º 28 da Colecção Latitude, dirigida por Nataniel Costa
exemplar estimado; parcialmente por abrir
sinais do efeito continuado da luz na lombada
22,00 eur (IVA e portes incluídos)

Nota de badana na 2.ª edição, assinada P.C.D., edição à qual o editor suprimiu o Prefácio da tradutora (Edições Antígona, Lisboa, 1989):
Enfim, a morte estigmatiza a vida de todos os homens. Diz-se que é para a consciência da morte que nascemos... E se alguns parece quererem iludir tal facto, e a sua vida se destrói na ignorância da morte, certo é que outros – menos, talvez – fizeram delas um arame vibrátil cujas ressonâncias preserva o tempo. E, inalienavelmente, ainda outros – escassíssimos estes – converteram a acerada dor no sentimento estruturante da sua permanência. Depressa o Mundo, avaro de estima, desrespeitando-os, acelerou neles a fatalidade.
Quando a 5 de Outubro de 1923 nascia o sueco Stig Dagerman, era para a paixão da morte a certeza a que se propunha. Todos os seus escritos prenunciam e pronunciam a laboriosa construção de edifício assim. Ou barca... – já que um navio é sempre uma casa à deriva. O niilismo de Dagerman por demais se afigura a nossa esperança soçobrada nos adiamentos que o século vem impondo à mudança do Homem, à superação daquilo que nos aliena. Anarquista. Anarquista da abrupta falésia stirneriana; enigmaticamente ele teve um senso da dádiva social (ou seja da Vida colectiva) como poucos. Bastaria referir que o seu primeiro casamento partiu da generosidade em conferir um nome sueco a uma refugiada anarco-sindicalista alemã, durante a II Guerra Mundial.
Atribuir, embora com subtileza, a uma infância infeliz a causa dos males que sempre atormentaram quem luta por inverter o avesso opaco da subvivência parece-me um logro excessivo. Toda a revolta que demora em concretizar os objectivos pressupostos degenera, vazando o vazio do Mundo no coração do Homem. Sedento de apaziguamento, Dagerman saciou-se com o suicídio, aos 31 anos de idade...
À tradução da escritora Irene Lisboa nada disto escapa.

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