VISCONDE DE TRANCOSO *
Lisboa, 1872
Typographia Universal de Thomaz Quintino Antunes
1.ª edição
210 mm x 137 mm
16 págs.
subtítulo: […] Em a noite do 1.º de Dezembro de 1871
brochura protegida por capa em papel grosseiro
não aparado
conserva as capas de brochura
exemplar em bom estado de conservação; miolo irrepreensível
22,00 eur (IVA e portes incluídos)
Percebe-se o conteúdo exacerbadamente patriótico do vertente discurso
quando inserido no contexto histórico que lhe é próprio:
«[…] Uma das primeiras iniciativas da Comissão 1º de Dezembro consistiu na
publicação de um manifesto anti-iberista. Exprimia-se neste documento uma revolta
“unânime do povo português” contra alguns órgãos da imprensa espanhola e
francesa que tinham promovido a união ibérica. Em 1868, com a queda de Isabel
II em Espanha, a Comissão voltou a empenhar-se no combate contra renovadas
campanhas iberistas. Tal como acontecera em 1861, multiplicaram-se as reacções
contra o iberismo. O visconde de Fonte Arcada dizia que a nação portuguesa não
admitia ser espanhola. Freitas Júnior publicou uma carta de protesto contra as
ideias iberistas divulgadas pelo federalista espanhol Emilio Castelar,
observando que Portugal não poderia de modo nenhum arriscar perder a sua
independência. Em A Revolução em Hespanha e a Independência de Portugal
(1868), afirmava-se que seguir ideias iberistas equivalia a renegar séculos de
tradição e a consentir que se pisassem os “ossos dos soldados de Aljubarrota”.
O padre Morais Leal ia mais longe, insurgindo-se contra as “infiltrações”
iberistas de figuras públicas como Carlos José Caldeira, então inspector-geral
das alfândegas, que alegadamente tentara passar vários objectos contrabandeados
de modo clandestino na alfândega de Lisboa. Em 1870, o visconde de Trancoso*
afirmava que o desgosto de ser espanhol era superior ao medo de ser escravo. […]»
[Fonte: Paulo Bruno Rodrigues Ferreira, Iberismo, hispanismo e os seus
contrários: Portugal e Espanha (1908-1931), Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa, 2016]
* Trata-se de Bartolomeu da Costa Macedo Giraldes Barba de Menezes, 2º visconde
de Trancoso.
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