VIRGÍLIO MARTINHO
Lisboa, 1963
Editora Arcádia, Limitada
1.ª edição
181 mm x 106 mm
296 págs.
exemplar muito estimado; miolo irrepreensível
VALORIZADO PELA ASSINATURA DO AUTOR E PELA INCLUSÃO DA
MISSIVA DO AUTOR AO DESTINATÁRIO DA OFERTA
é o exemplar n.º 632 de uma tiragem controlada pela
Sociedade Portuguesa de Escritores
30,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Da nota editorial na contracapa:
«Virgílio Martinho nasceu em Lisboa em 1928 [m. 1994], mas
viveu toda a sua infância pela província, onde seu pai era ferroviário. Voltou
à capital, já na adolescência, e aqui estudou e completou um curso secundário,
sendo actualmente desenhador técnico. Dedicando-se à literatura, publicou um
pequeno volume, Festa Pública,
integrado na colecção A Antologia em 1958, organizada por Mário Cesariny de Vasconcelos,
o que lhe valeu o apodo de prosador surrealista. [...]
O Grande Cidadão
tem um certo ar de romance de antecipação. Na cidade onde a acção se passa, as
ruas, as praças, os parques, as estradas, e também os governantes, as gentes,
não possuem nomes do nosso tempo, determinados, comemorativos, de homenagem,
mas sim nomes espaciais, quantitativos, geométricos; e os homens que dominam a
cidade, sob as ordens do Grande Cidadão, são louros, fortes, super-homens
feitos em série. Mas só aparentemente este romance é de antecipação: o que se
quis foi dar em forma romanesca, despersonalizando o mais possível o espaço e o
tempo, o processo impiedoso e terrível de todos os regimes totalitários,
actuais ou passados. E com esse processo, a história daqueles que arriscam tudo
para combater “O Grande Cidadão”, que se obstinam na humanidade, nos quais
subsiste a face humana capaz de amar verdadeiramente, capaz do sacrifício e da
solidariedade.»
Deve sublinhar-se, de passagem, o quão devedor é este
romance do 1984 de Orwell...