FERREIRA DE CASTRO
António Campos,
realizador
Lisboa, 1934 (livro) e 1991 (filme)
Editorial «Seculo» | Inforfilmes
1.ª edição
[18,4 cm x 11,9 cm (livro)] + [99 cm x 68 cm (cartaz)]
352 págs. + 1 cartaz
encadernação editorial inteira em tela encerada com gravação
a relevo seco e ouro nas pastas e na lombada, autenticada Santos Encadernador
na pasta posterior
conserva a capa anterior da brochura
cartaz impresso em serigrafia
exemplares estimados; miolo limpo
75,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Uma passagem do Pórtico, redigido pelo autor:
«[...] É, especialmente, nas gentes
que vivem entre cadeias de montanhas que vamos encontrar, de novo, o homem
metido em si proprio, o homem que reduziu o enigma do infinito a uma simples
crença, e a colocou ao canto da alma como um bordão, para se servir dela nos momentos
de vicissitude ou quando a morte lhe bate á porta. Tradicionalista, página viva
de antropologia, a sua atitude ante o mundo de hoje dir-se-á igual á dos seus
maiores perante o mundo de ontem e de todos os dias que já se perderam no
cinerario do tempo. Mas não é assim. Agora e logo, nêste raciocinio, naquela
fala, no desenrolar das ambições e dos intentos, descobre-se a força da
evolução que o vai penetrando, hoje um pouco,
amanhã mais, num trabalho lento de pua furando granito.
[...] Dir-se-á que encontramos,
nesses homens, farrapos da vida de todos nós, que foram abandonados ao longo da
inermina jornada, de geração para geração, de século para século, porque todos
nós, um dia, teriamos sido assim. E surge, então, como que um sentimento de
preterita fraternidade, que se projecta no presente, abrindo-se em compreensão
e em amôr. [...]»