WENCESLAU DE MORAIS
pref. Ângelo Pereira
Lisboa, 1942
s.i. [ed. Ângelo Pereira]
1.ª edição
350 mm x 251 mm
44 págs + 1 folha (tarjeta) em extra-texto
encadernação recente inteira em pele com gravação a ouro e
rótulo decoratico de seda adamascada na pasta anterior
por aparar, conserva as capas de brochura
exemplar muito estimado; miolo limpo, in-4.º por abrir, muito
ocasionais pintas de acidez
é o n.º 49 de uma edição de apenas 50 exemplares em papel pluma,
numerados e autenticados por Ângelo Pereira, de que o vertente se destinou a
Pedro de Andrade
PEÇA DE COLECÇÃO
425,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Da nota editorial:
«Quando em 1916 a Europa e quási todo o mundo se exauriam
numa luta sangrenta, Wenceslau de Morais na sua remansosa tebaida de Tokushima
saboreava com prazer, mesmo com volúpia, a leitura duma velha edição da famosa
obra de Fernão Mendes Pinto “Peregrinação”.
Wenceslau de Morais, segundo êle próprio confessava,
preferia ler as primeiras edições dos nossos clássicos.
Sob a exuberante verdura que engrinaldava o alpendre da sua
modestíssima mansão, o monge de Tokushima evocava, através da emocionante
narrativa do caminheiro português, a vida aventurosa que êle tinha levado em
terras longínquas e misteriosas do Dai-Nippon. Desde logo, germinou no espírito
fascinante de Wenceslau de Morais a ideia de escrever “um trabalhinho a
propósito de Mendes Pinto” que o “Comércio do Pôrto” publicou por alturas de
1920, fazendo, a seguir, sem prévia aquiescência do autor, uma “separata” de
reduzidíssima tiragem. Esta deliberação do Director daquêle jornal portuense
não foi vista com bons olhos por Wenceslau de Morais que desejava, antes de
aparecer em volume o que tinha escrito sôbre Mendes Pinto, fazer uma revisão
cuidada e ampliar a despretensiosa narrativa, expurgando-a de incorrecções,
sobretudo ortográficas, pois que Morais detestava a ortografia moderna.
[...] Daí o azedume com que acolheu o opúsculo “Fernão
Mendes Pinto no Japão”, semeado de gralhas e mal impresso, que o “Comércio do
Pôrto” se apressou a fazer-lhe chegar às mãos. [...]»
A vertente edição fac-similada de um manuscrito encontrado
no espólio de Wenceslau de Morais, após a sua morte, testemunha a revisão final
que o escritor teve em mente, destinada a uma hipotética nova impressão, que
nunca chegou a conhecer os prelos.