MADAME DE SÉVIGNÉ
org., trad., pref. e notas de Vitorino Nemésio
Lisboa, 1939
Livraria Sá da Costa – Editora
1.ª edição
191 mm x 126 mm
XXVIII págs. + 268 págs.
exemplar em bom estado de conservação; miolo irrepreensível, por abrir
27,00 eur (IVA e portes incluídos)
Do Prefácio:
A «[...] espontaneidade da vida e da sua representação não se comunica à
literatura senão através de um género que só a falta de respeito humano fez
literário: o epistolar. Só numa civilização requintada, em que o próprio
dia-a-dia está impregnado de cultura, é possível esta confluência de arte e
vida vivida que se realiza nas cartas de Madame de Sévigné [de seu nome
pré-matrimónio Marie de Chantal].
A sociedade francesa, por isso mesmo que chegara a ser em tudo e por tudo sociedade,
apreciava muito esse invento para conviver ao longe, que é a carta. A
correspondência era para o homem do século XVII como o jornal para os nossos
pais e o rádio nos nossos dias: transmitia todos os estremecimentos da vida a
distância, trazia a ilusão do amigo que entra pela porta dentro a escorrer
chuva e põe para ali, à hora do chá, tudo o que viu e ouviu. Gostava-se tanto
de cartas que os romances pastorais eram em grande parte fabricados com elas.
Ficavam mais íntimos. “Querido”, ou o equivalente, dá uma certa excitação; é
como quem fala mais baixo.
O século conheceu copiosos autores de cartas. O epicurismo pegava-se bastante
pelo correio [...]»
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