domingo, junho 30, 2024

A Romaria

 

VASCO REIS

Braga, 1936
Edição das «Missões Franciscanas»
2.ª edição
192 mm x 131 mm
120 págs.
exemplar estimado; miolo limpo
PEÇA DE COLECÇÃO
30,00 eur (IVA e portes incluídos)

Trata-se do escritor, nascido Chaves, Reis Ventura, que ficou conhecido como cronista e romancista de temática colonial angolana, de seu verdadeiro nome Manuel Joaquim dos Reis Barroso (1910-1992), e que, sendo professo da Ordem de São Francisco, teve a sorte (e o ridículo) de ser-lhe atribuído, pelo vertente livro, também sob pseudónimo, o prémio literário em que Fernando Pessoa viu a sua Mensagem ser preterida. (Fonte: Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, vol. IV, Publicações Europa-América, Mem Martins 1998)
José Régio, na altura, deixando (inédito até recentemente) o seu comentário ao sucedido, põe o acento na incultura estatal da época:
«[…] A Romaria, obrazinha simpática pela candura de alma que revela em seu autor, teve as inesperadas honras do primeiro prémio de poesia (cujo é chamado Antero de Quental!). Ora o que é o pobre livrinho de Vasco Reis, como valor literário e artístico, a-par da admirável, magistral Mensagem de Fernando Pessoa? […]» (Fonte: José Régio, Os concursos literários do S.P.N. [Secretariado da Propaganda Nacional], e seus primeiros resultados, in Cão Celeste #2, Lisboa, Outubro de 2012 [manuscrito inédito então propriedade da Frenesi Loja, dado aí a conhecer pela primeira vez])

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Amelia[,] Raínha de Portugal[,] Princesa de França [ou] Duas Visitas a Versalhes[,] 1938-1951

 

LEITÃO DE BARROS

Lisboa, 1951
Editores – Neogravura, Lda.
1:ª edição
275 mm x 191 mm
68 págs.
profusamente ilustrado
impresso a rotogravura sobre cartolina Tourchon
exemplar muito estimado, pequenos sinais de “ferruguem” do papel na contracapa; miolo irrepreensível
é o n.º 221 de uma tiragem especial de apenas 250 exemplares assinados pelo autor
VALORIZADO PELO AUTÓGRAFO DO ESCRITOR E CINEASTA
75,00 eur (IVA e portes incluídos)

Trata-se de uma obra que, para além do valor documental monárquico, tem grande interesse para a história das artes tipográficas. Os testemunhos impressos da execução em rotogravura tornaram-se dignos de coleccionismo, dado o desaparecimento destas máquinas nos anos de destruição industrial que se seguiram ao 25 de Abril.

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Outra Rainha


CONDE DE SABUGOSA

Lisboa, 1922
Portvgalia Editora
1.ª edição
29,2 cm x 20,5 cm
24 págs. + 1 extra-texto com retrato de D. Amélia
subtítulo: Palestra realisada na Liga da Acção Social Christã em 3 de Abril de 1922
impresso sobre papel Whatman não aparado
exemplar estimado, restauros na capa; miolo limpo
VALORIZADO PELA ASSINATURA DO AUTOR
35,00 eur (IVA e portes incluídos)


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Os Últimos Dias da Rainha D. Amélia

 

MARQUES GASTÃO

Lisboa, Novembro de 1951
s.e. [ed. autor ?]
1.ª edição
227 mm x 173 mm
48 págs. + 8 págs. em extra-texto (reprod. fotog.)
subtítulo: Reportagem
ilustrado
exemplar estimado, contracapa com sinais de foxing; miolo limpo
22,00 eur (IVA e portes incluídos)


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O Grande Cidadão


VIRGÍLIO MARTINHO

Lisboa, 1963
Editora Arcádia, Limitada
1.ª edição
181 mm x 106 mm
296 págs.
exemplar muito estimado; miolo irrepreensível
VALORIZADO PELA ASSINATURA DO AUTOR E PELA INCLUSÃO DA MISSIVA DO AUTOR AO DESTINATÁRIO DA OFERTA
é o exemplar n.º 632 de uma tiragem controlada pela Sociedade Portuguesa de Escritores
30,00 eur (IVA e portes incluídos)

Da nota editorial na contracapa:
«Virgílio Martinho nasceu em Lisboa em 1928 [m. 1994], mas viveu toda a sua infância pela província, onde seu pai era ferroviário. Voltou à capital, já na adolescência, e aqui estudou e completou um curso secundário, sendo actualmente desenhador técnico. Dedicando-se à literatura, publicou um pequeno volume, Festa Pública, integrado na colecção A Antologia em 1958, organizada por Mário Cesariny de Vasconcelos, o que lhe valeu o apodo de prosador surrealista. [...]
O Grande Cidadão tem um certo ar de romance de antecipação. Na cidade onde a acção se passa, as ruas, as praças, os parques, as estradas, e também os governantes, as gentes, não possuem nomes do nosso tempo, determinados, comemorativos, de homenagem, mas sim nomes espaciais, quantitativos, geométricos; e os homens que dominam a cidade, sob as ordens do Grande Cidadão, são louros, fortes, super-homens feitos em série. Mas só aparentemente este romance é de antecipação: o que se quis foi dar em forma romanesca, despersonalizando o mais possível o espaço e o tempo, o processo impiedoso e terrível de todos os regimes totalitários, actuais ou passados. E com esse processo, a história daqueles que arriscam tudo para combater “O Grande Cidadão”, que se obstinam na humanidade, nos quais subsiste a face humana capaz de amar verdadeiramente, capaz do sacrifício e da solidariedade.»
Deve sublinhar-se, de passagem, o quão devedor é este romance do 1984 de Orwell...

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O Grande Cidadão


VIRGÍLIO MARTINHO
capa de Mário Henrique Leiria
posf. Ricarte-Dácio e Joaquim Benite

Lisboa, 1976
Plátano Editora
1.ª edição
180 mm x 110 mm
180 págs.
exemplar em bom estado de conservação; miolo irrepreensível
22,00 eur (IVA e portes incluídos)

Versão teatral do romance homónimo.

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Cartas de Heloísa e Abelardo

 

[HÉLOÏSE D’ARGENTEUIL
PIERRE ABÉLARD]
trad. e pref. Franco de Sousa
capa de Manuel Correia


Lisboa, s.d.
Editorial Estúdios Cor, S.A.R.L.
1.ª edição
198 mm x 121 mm
206 págs.
capa impressa a duas cores directas e relevo seco
exemplar estimado, contracapa empoeirada; miolo irrepreensível, por abrir
inclui o marcador original
25,00 eur (IVA e portes incluídos)


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Breves | discursos

 

PIERRE ALFERI
trad. Jorge Pereirinha Pires
capa, paginação e grafismo de Paulo da Costa Domingos

Lisboa, 2024
Barco Bêbado
1.ª edição
210 mm x 131 mm
184 págs.
ilustrado
capa impressa a uma cor directa sobre cartolina branca, sobrecapa impressa a prata e recorte de onda no papel goufrado
exemplar novo
20,00 eur (IVA e portes incluídos)

Como foi possível meia dúzia de casas editoras, com intuitos de ser uma referência em colecções de poesia, não terem publicado, nos últimos 50 anos, um único livro de ensaio que historiasse ou referisse explicitamente a arte poética, enquanto técnica literária ou filosofia da linguagem?! Gerou-se, então, um monstro no sono dessa nula Razão: a besta-fera do vale tudo verbal, inclusive atirar poeira suja para os olhos dos leitores, servindo-lhes como poemas aquilo que nada é senão verborreia débil de sentido e de Vida vivida. Impera, assim, uma completa ausência de informação teórica, vertida para português ou, ainda menos, com origem na língua portuguesa. Mas não quer isto dizer que rareie o atrevimento de “escritores” nos caminhos pedregosos do género. E são, enxameadamente, ecrãs sobre ecrãs internéticos, espaço privilegiado e sem juízo nem controlo, de diarreias tendo-se na conta de versos, de poesia, e que acabam por fazer o seu caminho até aos catálogos de editores gemeamente ignorantes.
A jovem casa Barco Bêbado, para além das pérolas culturais a que já habituou os seus leitores, dá agora a conhecer, ao 51.º título publicado, o seminal Breves | discursos, do falecido poeta e ensaísta francês Pierre Alferi (e letrista de canções, pelo menos no primeiro disco da cantora e actriz Jeanne Balibar), vindo deste modo preencher a supra-mencionada lacuna teórica.
Uma passagem apenas, do texto de Alferi:
«[…]
O que é um verso? Sobre esta noção pesa hoje em dia um equívoco grave, e que tem a sua importância na presente situação da poesia. A antiga concepção do verso como unidade (não gramatical) estava ligada ao repertório dos tipos de versos (antigos, modernos). Se continuarmos a fazer prevalecer esta concepção, a poesia identifica-se com o verso, e escrever poesia com fazer versos (caricatura na estética do “belo verso”). Ora, da maioria dos poetas que contaram desde há cinquenta anos não se pode dizer que eles faziam versos. Nem Pound, nem Celan, por exemplo. Porquê? Por causa da história geral da passagem para segundo plano dos tipos de versos perante uma prosódia dinâmica mais flexível (a do verso projectivo de Olson, por exemplo). […] É portanto uma outra concepção do verso que vem à luz, ainda que implicitamente. Ela já não coloca a ênfase na unidade do verso (nem semântica nem gramatical, nem mesmo prosódica como a que se achava pressuposta na poesia que desposava tipos de versos), mas no próprio corte, que é essencialmente agramatical, e no encavalgamento que marca esse carácter não gramatical da organização verbal. O corte já não é portanto o encerramento da unidade-verso, mas um sinal de pontuação especificamente poético cuja força aparece no encavalgamento. O verso, reduzido à acção de cortar e, muitas vezes, de encavalgar, não é então mais do que um instrumento de trabalho rítmico sobre a frase. Do ponto de vista da unidade, um verso não é mais do que um pedaço ou pedaços de frases. Escrever poesia já não é fazer versos, mas fazer frases talhadas ritmicamente por meio, entre outras coisas, do corte. […] Parece-me que só esta concepção do verso tem sentido hoje em dia, e que o recurso aos antigos tipos de versos, tal como à contagem isossilábica, dificilmente poderá ser outra coisa, para o dizer brutalmente, senão o efeito da ignorância ou de uma reacção.
[…] A poesia, é ritmo, nada mais do que ritmo. Tudo o resto são maneirismos. […]»

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segredos d’ estado

 

RUI BAIÃO, texto
ANDERS PETERSON
, fotografias
grafismo de Paulo da Costa Domingos

Lisboa, 2024
Barco Bêbado
1.ª edição
267 mm x 185 mm
154 págs.
profusamente ilustrado
encadernação editorial
exemplar novo
45,00 eur (IVA e portes incluídos)

Uma passagem breve do texto:
«[…]
Sobr’estes pântanos — películas finas de um gesto
: espuma, à clareira das magnas superfícies : pneus usados,
tapados por uma lona. Alguns tijolos, a fazer de peso.
Louvados campos, talvez nenhumas moléculas famintas
— um abrunheiro, tombado ao comprido.
Um rafeiro a ladrar ao homem d’anorak turquesa.
Outro cão, sob a pele de um mais monstro que Ele
— prados & valas, ao quase-limite restrito das sebes
: casebres que não hibernam : cubos de toucinho,
usados como isco. No arame da ratoeira
[…]»

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Cronotopia Desatada

 


KENJI SIRATORI
trad. Manuel João Neto
ilust. do autor
grafismo de PCD


Lisboa, 2024
Barco Bêbado
1.ª edição
177 mm x 107 mm
100 págs. (não num.)
profusamente ilustrado
exemplar novo
13,00 eur (IVA e portes incluídos)


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A Traição do Padre Martinho

 

BERNARDO SANTARENO
capa de Otelo Azinhais


Lisboa, 1969
Edições Ática
1.ª edição
195 mm x 185 mm
128 págs.
exemplar estimado, capa suja; miolo irrepreensível
27,00 eur (IVA e portes incluídos)


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sexta-feira, junho 28, 2024

Quando os Lôbos Uivam [junto com] Quando os Lobos Julgam a Justiça Uiva


AQUILINO RIBEIRO
prefácios de Adolfo Casais Monteiro
capa de Fernando Lemos [a]


São Paulo, 1959 / s.d.
Editôra Anhambi S. A. [a] / Editora Liberdade e Cultura [b]
1.ª edição (ambos)
[211 mm x 143 mm] + [155 mm x 114 mm]
264 págs. + 112 págs.
subtítulo do espécimen b: Texto integral da acusação e defesa no processo de Aquilino Ribeiro
exemplares muito estimados; miolo limpo
135,00 eur (IVA e portes incluídos)

Edição portuguesa apreendida e em parte destruída pela PIDE às ordens de Salazar, tinha então o Autor setenta e quatro anos de idade, da qual poucos exemplares se encontrarão hoje em dia. A Biblioteca Nacional de Lisboa fez reproduzir, na monografia Aquilino Ribeiro, 1885-1963 (Lisboa, 1985), cópia do mandado de captura do escritor emitido pelo Tribunal da Comarca de Lisboa. A vertente edição, a brasileira, realizada no imediato à apreensão em Portugal, faz-se aqui acompanhar da defesa do autor. Esse requerimento de defesa constitui um dos mais veementes libelos acusatórios das infâmias do Estado Novo. Porque – como aí se diz – Aquilino «[...] tem 74 anos. Quando a atual situação se guindou revolucionàriamente ao Poder, já o requerente tinha 41 anos. Já êle cá estava com a sua lealdade ao passado, às suas idéias, às suas convicções arreigadas, às suas simpatias políticas, ao seu caráter de cidadão.
Não nasceu sob o signo do novo Zodíaco, de modo que, se como escritor tivesse personalidade, ficava onde sempre estivera, e, como personalidade tinha, ficou.
O escritor, que tem de ser um intelectual e um homem de caráter, não muda de credo como quem muda de camisa. Tampouco muda de idéias a não ser um troca-tintas, salvo se se trata duma conversão depois de profundo e doloroso exame mental e psíquico. O requerente não tinha que fazer êsse exame. Julgava-se e julga-se no bom caminho e apraz-lhe continuar no arraial, religião, política, conceito geral da vida e do homem, em que sempre se achou. Por isso se não passou nem podia passar – como tantos ou alguns – para o Estado Novo. O requerente preza a sua consciência como uma dignidade. Portanto, o Estado Novo, que veio quando êle já era homem para além do seu meio-dia, deixasse-o em paz. [...]»

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Fernando Pessoa – A Obra e o Homem


ANTÓNIO QUADROS
capa e plano gráfico de Victor Santos e Gina Martins Calado

Lisboa, 1981 e 1982
Editora Arcádia, S.A.R.L.
1.ª edição (ambos)
2 volumes (completo)
205 mm x 140 mm
[320 págs. + 20 págs. em extra-texto] + [328 págs. + 12 págs. em extra-texto]
subtítulos:
I volume (nova versão*): Vida, Personalidade e Génio
II volume: Iniciação Global à Obra
exemplares em muito bom estado, sem quebras nas lombadas; miolo limpo
assinatura de posse no ante-rosto do 2.º vol.
60,00 eur (IVA e portes incluídos)

Estudo particularmente incisivo na vida e na obra literária do poeta.

* Este primeiro volume teve anteriormente uma redacção diversa, que se já conhecia, nesta mesma editora, desde 1960.

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Diante da Vida




ANTÓNIO PÔRTO-ALÉM

Porto, 1941 e 1942
Marânus
1.ª edição
195 mm x 130 mm
44 págs. + 70 págs.
subtítulos: Indícios; e Novos indícios – Confissões
exemplares muito estimados; miolo limpo
VALORIZADOS PELAS DEDICATÓRIAS MANUSCRITAS DO AUTOR
47,00 eur (IVA e portes incluídos)

Pseudónimo literário de António Miguel da Silva Vasconcelos Porto, que deixou obra como especialista em heráldica militar.

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terça-feira, junho 25, 2024

Gaibéus


ALVES REDOL
capa de Manuel Ribeiro de Pavia

Lisboa, s.d. [circa 1947]
Editorial Inquérito Limitada
s.i. [5.ª edição ?; 1.ª «edição popular»]
245 mm x 193 mm
168 págs.
exemplar estimado; miolo limpo
assinatura de posse no ante-rosto, onde se encontra colado o canhoto do talão de compra com os intrigantes seguintes dizeres: «Comprei este livro na Barbearia Nogueira - Termas de Monfortinho»
27,00 eur (IVA e portes incluídos)

Edição popular, num formato médio de revista, do primeiro romance do autor.

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Páscoa Feliz



JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS
capa de K [Fred Kradolfer]

Lisboa, 1932
Edições Alfa
1.ª edição
184 mm x 120 mm
168 págs.
encadernação de amador em meia-inglesa em sintético e papel marmoreado, gravação a ouro na lombada
aparado, sem as capas de brochura
exemplar estimado; miolo limpo
assinatura de posse no frontispício
37,00 eur (IVA e portes incluídos)

Não há muito tempo, o catálogo de um leilão de manuscritos transcrevia significativas passagens de uma carta do autor a David Mourão-Ferreira, datada de Nova Iorque, 17 de Dezembro, 1948 (dez anos, portanto, antes da vertente edição), em que Miguéis desabafava, depois de se referir a uma crítica amarga à sua escrita, na Seara Nova, assinada por Vergílio Ferreira:
«[...] Talvez não saibas que a Ática, que já tinha a 2.ª edição da Páscoa [Feliz] toda composta e revista (e impressas as gravuras hors-texte do Keil [do Amaral]), destruiu a edição, isto é, derreteu o metal! E já me tinham pago metade dos direitos de autor. [...]»
(in Livraria Luís Burnay, Leilão de Manuscritos, Autógrafos, Fotografias e Efémera, Lisboa, 19 de Junho de 2010)
Tudo leva a crer que, até à publicação dessa referida crítica, o corpo expedicionário de afectos ao regime que dirigia a Ática não se tivesse apercebido ainda como o exilado escritor já gravitava na esfera dos ideais comunistas. Será somente numa reedição revista que a novidade linguística passará uma esponja sobre o involuntário desleixo da presente edição, assim referido por Miguéis no respectivo posfácio:
«[...] um próspero sindicato operário condescendeu em editá-la: na Páscoa de 1932, com uma ortografia atrabiliária, impressa em mau papel, e com o único chamariz da capa de Fred Kradolfer. Não se fizeram anúncios, não houve rádio-propaganda, nem dei entrevistas aos jornais. [...] Não pedi nem cobrei direitos de autor: o sacrifício era de regra para o escritor “interveniente”, ainda que nas veias lhe corresse, exclusivamente, o sangue de pedreiros, carpinteiros, oleiros e labregos. [...]»

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segunda-feira, junho 24, 2024

Album [da Empreza Madeirense de Tabacos Lda]




[PERESTRELOS]

Funchal, s.d. [circa 1927]
Empreza Madeirense de Tabacos Lda
1.ª edição [única]
álbum: 149 mm x 229 mm (oblongo)
cada prova fotográfica: 43 mm x 62 mm
20 págs. (não num.)
ilustrado com 101 fotografias (provas em gelatina e prata / papel de revelação)
elegante cartonagem editorial forrada a papel marmoreado impresso a ouro e com fotografia colada na pasta anterior, lombada em tela, miolo em vergé rude
exemplar em muito bom estado de conservação; miolo limpo, provas fotográficas nítidas
RARA PEÇA DE COLECÇÃO
1.400,00 eur (IVA e portes incluídos)

Casa Perestrelos, estúdio de fotografia fundado na Madeira por Manuel de Olim Perestrello (1854-1929) e continuado pelos filhos Eduardo de Olim Perestrello (1884-1947) e Manuel de Olim Perestrello, Júnior (1893-1980). Apesar da importância cultural e da vastidão dos testemunhos deixados por esta família de profissionais, António Sena, no seu impressionante livro História da Imagem Fotográfica em Portugal – 1839-1997 (Porto Editora, 1998), refere-se somente ao sénior num mero elenco de fotógrafos de província. O vertente álbum, edição da Empresa Madeirense de Tabacos, é constituído por 101 provas fotográficas coleccionáveis, distribuídas unitariamente nas embalagens dos seus produtos, e que documentam aspectos da geografia, da paisagem, da toponímia, da visita de personalidades e da vida quotidiana na Madeira no início do século XX. Para além de hotéis e locais de diversão, alguns dos quais já desaparecidos ou irreconhecíveis, é de assinalar o registo vivo dos seguintes temas populares: «fabricantes de obra de verga», «bordadeiras», «transporte de vinho», etc. Há ainda que destacar alguns conjuntos temáticos, como o da chegada do avião de Gago Coutinho e Sacadura Cabral à Baía do Funchal, ou a chegada do avião pilotado por Moreira Campos e Neves Ferreira, o conjunto de fotos dos festejos do V Centenário da Madeira em 1922, vários outros relativos às equipas ou a jogos de futebol do clube Marítimo, e, acima de tudo, o núcleo que documenta o combate contra um submarino alemão e afundamento do vaso de guerra português.

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Estudante Bargante

 

ALBINO [ROIZ] RODRIGUES DE SOUZA
ilust. João Valério, Teixeira Cabral, e Amarelhe


Lisboa, 1945
Edições Pro Domo
1.ª edição
184 mm x 128 mm
368 págs.
ilustrado
exemplar muito estimado; miolo irrepreensível
VALORIZADO PELA DEDICATÓRIA MANUSCRITA DO AUTOR
30,00 eur (IVA e portes incluídos)

Trata-se de um conjunto de memórias estudantis coimbrãs.

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Revelação de Pierino Gamba Contada por Seu Pai

 

PIETRO GAMBA

Lisboa, 1950
Parceria António Maria Pereira
1.ª edição
195 mm x 130 mm
82 págs. + 1 folha em extra-texto
ilustrado com o retrato de pai e filho
exemplar muito estimado; miolo limpo
juntou-se o papel kraft de protecção com indicações manuscritas de Perry Vidal acerca do exemplar e respectiva datação («exemplar n.º 10 da edição de 3.000, hoje, dia primeiro em que foi posto à venda, 27-I-1950, autografado por Pierino Gamba»)
ostenta colado no verso da capa o ex-libris do casal Maria da Assunção Osório Cabral de Albuquerque Perry Vidal e João Marcos André Pereira de Sá Perry Vidal
VALORIZADO PELA DEDICATÓRIA MANUSCRITA DE PIERINO GAMBA A GAVAZZO PERRY VIDAL
30,00 eur (IVA e portes incluídos)

Piero, ou Pierino Gamba (1936-2022), foi um precoce pianista, como atenta o vertente livro, e mais tarde dirigente de orquestra.

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Lamentos de Camões

 

A. C. BORGES DE FIGUEIREDO

Lisboa, 1882
Typographia Nova Minerva
1.ª edição
151 mm x 104 mm
28 págs.
encadernação recente inteira em tela com rótulo gravado a ouro
não aparado, sem capas de brochura
exemplar em bom estado de conservação; miolo limpo
é o n.º 34 de uma tiragem especial de apenas 36 exemplares em papel velino
VALORIZADO PELA DEDICATÓRIA MANUSCRITA DO AUTOR AO ESCRITOR CÂNDIDO DE FIGUEIREDO

37,00 eur (IVA e portes incluídos)


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A Geographia dos Lusiadas de Luis de Camões

 

A. C. BORGES DE FIGUEIREDO

Lisboa, 1883
Typographia de Adolpho, Modesto & C.ª
1.ª edição
203 mm x 146 mm
XII págs. + 64 págs.
sóbria encadernação recente inteira em seda azul com rótulo gravado a ouro na pasta anterior
não aparado
conserva a capa anterior da brochura
exemplar muito estimado, restauro na capa de brochura; miolo limpo, por abrir
45,00 eur (IVA e portes incluídos)


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A Franc-Maçoneria em Si Mesma e em Suas Relações com as Outras Sociedades Secretas da Europa, Principalmente com o Carbonarismo Italiano



ABBADE GYR
trad. Francisco Pereira d’Azevedo

Porto, 1865
Na Typ. de Manoel José Pereira
1.ª edição («segunda parte»)
213 mm x 137 mm
2 págs. + 228 págs. + X págs. + 2 págs.
exemplar estimado, discreto restauro na lombada; miolo limpo, papel sonante
PEÇA DE COLECÇÃO
90,00 eur (IVA e portes incluídos)


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domingo, junho 23, 2024

Vindima



MIGUEL TORGA

Coimbra, 1945
Coimbra Editora, L.da
1.ª edição
191 mm x 138 mm
268 págs.
exemplar estimado; miolo limpo
é o n.º 2.996 de uma edição «numerada e rubricada* pelo autor»
65,00 eur (IVA e portes incluídos)

Da História da Literatura Portuguesa de António José Saraiva / Óscar Lopes (15.ª ed., Porto Editora, Porto, 1989):
«[...] A obra de Miguel Torga [...] sente-se banhar num ambiente de mitos agrários e pastoris que da sua origem aldeã transmontana remontam aos símbolos bíblicos. [...]»

* A dita assinatura do autor é um carimbo.

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Contos do Gin-Tonic [junto com] Novos Contos do Gin, seguido de Fábulas do Próximo Futuro



MÁRIO-HENRIQUE LEIRIA
capas do Autor

Lisboa, 1976 e 1978
Editorial Estampa
2.ª edição (ambos *)
185 mm x 134 mm
184 págs. + 224 págs. + 1 folha em extra-texto
exemplares muito estimados; miolo irrepreensível
o segundo volume inclui uma folha-volante «O Que Aconteceria Se o Arcebispo de Beja Fosse ao Porto e Dissesse Que Era Napoleão», habitualmente desviada por alguns livreiros e destinada ao seu comércio em separado
75,00 eur (IVA e portes incluídos)

De uma carta de Leiria a Mário Cesariny (ver Três Poetas do Surrealismo: António Maria Lisboa, Pedro Oom, Mário Henrique Leiria, Biblioteca Nacional, Lisboa, 1981):
«[...] Continuo lucidamente bêbedo, como de costume. Sabes que a felicidade é, afinal, uma coisa simples? Resume-se em conseguir não ter dores durante cinco minutos... só cinco, já bastam... [...]»

* Sublinhe-se o facto de o segundo volume ser, nesta 2.ª edição, substancialmente mais extenso que na edição anterior.

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Inéditos


ANTÓNIO ALEIXO
org. e pref. Ezequiel Ferreira

Loulé, 1978
Edição de Vitalino Martins Aleixo
1.ª edição
202 mm x 131 mm
256 págs.
exemplar em muito bom estado de conservação, sem quebra na lombada; miolo irrepreensível
30,00 eur (IVA e portes incluídos)


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sexta-feira, junho 21, 2024

O Primeiro Livro da Escola

 

JOSÉ ANTONIO SIMÕES RAPOSO

Lisboa, 1893
A. Ferreira Machado & C.ª – Editores
1.ª edição
208 mm x 134 mm
24 págs.
subtítulo: Para uso dos alumnos da primeira cadeira de Instrucção Primaria da Real Casa Pia de Lisboa – Primeira parte do syllabario
exemplar envelhecido mas aceitável; miolo limpo
ostenta na capa o carimbo da Typographia e Papelaria de Joaquim Lucio Pelejão – Castelo Branco
PEÇA DE COLECÇÃO
90,00 eur (IVA e portes incluídos)


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Coudelaria de Luiz Perdigão de Souza Carvalho (Ervideira)

 

LUIZ ERVIDEIRA
pref. António Carlos de Fontes Pereira de Mello

Quinta da Malagueira – Évora, 1968
[ed. autor]
2.ª e 3.ª edições («revista, corrigida e aumentada»)
245 mm x 180 mm
232 págs.
profusamente ilustrado
exemplar muito estimado; miolo irrepreensível
VALORIZADO PELA DEDICATÓRIA MANUSCRITA DO AUTOR E PELO CARIMBO DE ENTRADA DA OBRA NOS ARQUIVOS DA INTENDÊNCIA DE PECUÁRIA DE LISBOA
180,00 eur (IVA e portes incluídos)


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As Três Mulheres de Sansão

 

AQUILINO RIBEIRO

Lisboa, 1932
Livraria Bertrand
1.ª edição
191 mm x 128 mm
268 págs.
exemplar envelhecido mas aceitável, falha de papel bordo inferior da lombada; miolo limpo
assinaturas de posse nas págs. 7 e 11
30,00 eur (IVA e portes incluídos)


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O Caso de Belém


AGNELO GALAMBA DE OLIVEIRA

Lisboa, Novembro de 1968
Edição do Autor
1.ª edição
20,8 cm x 14,4 cm
84 págs.
subtítulo: Achega para o seu conhecimento e juízo
ilustrado com fac-símiles
exemplar estimado; miolo limpo
27,00 eur (IVA e portes incluídos)

Livro que patenteia o desacordo e a fissura aberta no seio dos católicos no rescaldo das eleições para deputados em finais de 1965. No essencial, é o volume constituído pela reprodução da troca de cartas entre o ultra-reaccionário Galamba de Oliveira e o progressista José da Felicidade Alves, padre na paróquia de Santa Maria de Belém. E são deste último as palavras:
«[...] O pano de fundo é o clima e o fermento da divisão activa e activamente atiçado entre católicos e católicos. Esta divisão situa-se em dois planos: no plano das opções e responsabilidades políticas; e (muito mais grave) no plano das perspectivas e da actuação das linhas de rumo da edificação do Povo de Deus, isto é, dos critérios pastorais e apostólicos. E as divisões não consistem apenas em perspectivas complementares ou diferenciadas de enfocar os problemas; não são somente oposições de ideias. Transformaram-se em ódios, criados e alimentados com acusações pessoais, insinuações infamantes, calúnias, incitamentos à... fogueira, contra uma das correntes. [...]
E o drama consistiu e consiste em que uma das correntes impõe o silêncio ou a clandestinidade à outra; não lhe admite qualquer plataforma legal de se formular; move contra essas pessoas uma pertinaz campanha de insinuações malévolas, malsina as intenções, generaliza possíveis erros, sugere conluios tenebrosos, semeia ódios, destrói o bom nome e até põe em risco a sobrevivência política, económica e social dos que são do “outro grupo”. Isto, repito, quer no plano das perspectivas e opções políticas, quer no plano das realidades pastorais.
Isto abriu chagas que dificilmente sararão. E eu sou um dos que posso falar de experiência. E poderia identificar nomes de jornais e nomes de padres e leigos empenhados nesta obra de criação de ódios entre irmãos. E, para ser sincero, confesso que tenho visto V. sempre ligado a esses jornais e pessoas; e por isso sinto que V. tenha contribuído positivamente para este estado de coisas (vg.: o apoio e solidariedade prestados a um dos principais obreiros da sementeira de ódio, o “Agora”...). Se bem que as responsabilidades são muito vastas. E eu próprio me não julgo plenamente isento delas; e desejo que mas apontem (pois o próprio tem dificuldade em se julgar objectivamente).
Encontramo-nos, pois, neste momento crucial da vida da nação e da vida da Igreja, profundamente divididos, incompatibilizados, suspeitosos, cheios de rancores acumulados, sem amor e sem confiança recíproca. E vamos à mesma mesa da Eucaristia! Situação de hipocrisia e escândalo. Somos irmãos e odiamo-nos! [...]»

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Católicos e Política

 

aa.vv.
pref. José da Felicidade Alves


Lisboa, s.d. [circa 1969]
«Seiva» («edição e apresentação: Padre José da Felicidade Alves»)
1.ª edição
181 mm x 113 mm
288 págs. + 1 encarte
subtítulo: De Humberto Delgado a Marcello Caetano
exemplar estimado; miolo limpo
inclui folha-volante identificadora das colecções do editor
22,00 eur (IVA e portes incluídos)


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Não Te Admires que Eu Diga: É Preciso Nascer de Novo

 

JOSÉ DA FELICIDADE ALVES, padre

Lisboa, s.d. [circa 1970]
Edição do Autor
1.ª edição
183 mm x 117 mm
144 págs.
exemplar estimado; miolo irrepreensível
27,00 eur (IVA e portes incluídos)

«Cidadão de uma enorme coragem, o Padre Felicidade (como era conhecido também nos meios antifascistas não católicos), foi uma das figuras centrais da oposição dos católicos à ditadura, sobretudo a partir de meados da década de 60.
Nas suas homilias abordava temas incómodos ao regime do Estado Novo e às hierarquias eclesiásticas, tais como a guerra colonial, a perseguição política e problemas sociais. Envolveu-se militantemente nos combates contra a Ditadura e na renovação da Igreja Católica, o que determinou a sua prisão e julgamento. Foi afastado das funções de pároco pelo então cardeal patriarca de Lisboa, Cardeal Cerejeira e, mais tarde, tomou conhecimento da sua excomunhão.
José da Felicidade Alves nasceu em 11 de Março de 1925 em Vale da Quinta, freguesia de Salir de Matos, Caldas da Rainha, sendo filho de Joaquim Alves e Maria Felicidade.
[…] Em 1956 foi nomeado pároco de Santa Maria de Belém, em Lisboa, onde se evidenciou pelo conteúdo das suas homilias. Foi no trabalho da paróquia que se foi dando conta de que o país real era muito diferente do que pensava e, a partir de 1967, as suas intervenções começaram a causar incómodo ao regime e à Igreja Católica.
Solidário com o grupo de católicos mais progressistas, o percurso de Felicidade Alves ficou definitivamente marcado após a comunicação que proferiu ao Conselho Paroquial de Belém, em 19 de Abril de 1968, na presença de muitas dezenas de pessoas. Sob o tema “Perspectivas actuais de transformação nas estruturas da Igreja”, a comunicação de Felicidade Alves punha em causa a forma como a Igreja se apresentava à sociedade, a sua organização, e o modo como eram transmitidos os ensinamentos cristãos e era abordada a própria figura de Deus.
Defendendo uma profunda renovação da Igreja e das suas estruturas, as ideias de Felicidade Alves desagradaram ao cardeal Cerejeira. Em consequência, foi-lhe movido um longo processo que determinou, em Novembro de 1968, o afastamento das suas funções de pároco em Santa Maria de Belém, e, mais tarde, a suspensão das suas funções sacerdotais, terminando, em 1970, com a sua excomunhão.
Após o afastamento da paróquia de Belém, Felicidade Alves tornou-se o grande impulsionador, em conjunto com Nuno Teotónio Pereira e o padre Abílio Tavares Cardoso, da publicação dos Cadernos GEDOC, de que saíram onze números, entre 1969 e 1970. Abordando criticamente questões ligadas à hierarquia católica e à guerra colonial, a publicação foi condenada pelo Cardeal Cerejeira e considerada ilegal pela PIDE, sendo instaurado um processo aos seus responsáveis, de que resultará, em 19 de Maio de 1970, a prisão de Felicidade Alves por “actividades contrárias à segurança do Estado”. Acusado de incitar à violência e à luta armada, foi julgado e absolvido. Porém, para lá da questão do colonialismo, para a qual acordara lentamente, havia a situação da Igreja em Portugal, com que se confrontava diariamente.
Em 1969 Felicidade Alves publicou a obra Católicos e Política – De Humberto Delgado a Marcello Caetano, na qual coligiu inúmeros documentos sobre as relações entre os católicos, a Igreja e o Estado, desde a campanha do general Humberto Delgado, em 1958, até à chegada ao poder de Marcello Caetano (1969).
Em 1970 redigiu as obras Pessoas Livres e É Preciso Nascer de Novo. Nesta última Felicidade Alves reflecte sobre o casamento, pouco antes de tomar a decisão de se casar civilmente. Em 1 de Agosto daquele ano casou com Maria Elisete Alves, nas Caldas da Rainha.
Depois do 25 de Abril de 1974, Felicidade Alves aderiu ao PCP, partido em que se manteve até morrer. […]
Afastado da Igreja, Felicidade Alves irá trabalhar em diversas empresas, como o Anuário Comercial e a editora Livros Horizonte, e prossegue a sua produção literária, publicando estudos de natureza teológica e pastoral, mas também de carácter histórico: coordenou uma colecção relativa à obra de Francisco de Holanda e uma outra edição de textos históricos sobre a cidade de Lisboa. A sua actividade bibliográfica foi premiada pela Academia Nacional de Belas Artes, que o tornou seu académico em 1994. […]
José da Felicidade Alves morreu no dia 14 de Dezembro de 1998, com 73 anos.»
(Fonte: página electrónica Memorial aos Presos e Perseguidos Políticos)

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Portugal: Quelle Révolution?

 

MARIO SOARES

Paris, 1976
Calmann-Lévy
1.ª edição
230 mm x 151 mm
256 págs.
subtítulo: Entretiens avec Dominique Pouchin
exemplar estimado, canto inferior direito da capa esfolado; miolo limpo
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quinta-feira, junho 20, 2024

Selecções da Gazeta do Sul [1930-1960]


Montijo, 1955 e 1961
dir. Alves Gago (vol. III: dir.Tio Rico)
edição da «Gazeta do Sul»
1.ª edição
3 volumes (completo)
195 mm x 143 mm
3 x 320 págs.
cantos redondos e corte carminado nos dois primeiros volumes, abrindo o vol. I com uma cortina impressa sobre papel-vegetal
exemplares estimados; miolo limpo
45,00 eur (IVA e portes incluídos)

O maior interesse nesta compilação de colaborações, distribuídas pelas páginas da dita gazeta entre 1930 e 1960, reside na plêiada dos intelectuais que as assinaram, entre os muitos quais se conta, à cabeça, o que julgamos ter sido a estreia absoluta, em 1940, de Sebastião da Gama, que assinava então Zé d’Anicha (vols. II e III).
Dos outros, podemos apontar alguns nomes evidentes, como Ferreira de Castro, Stuart Carvalhais, João da Câmara, Cardoso Martha, Olavo Bilac, Florbela Espanca, Agostinho Campos, Raúl Brandão, Severo Portela, Júlio Dantas, Augusto Gil, Homem Cristo, Mário Gonçalves Viana, Tomaz da Fonseca, André Brun, Lyon de Castro, Alberto Pimentel, Victor de Sá, Cottinelli Telmo, Leonel Cosme, etc.

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