ANTONIO CORRÊA D’OLIVEIRA
ilust. Antonio Carneiro
texto promoc. Alfredo Guimarães
Paris-Lisboa | Rio de Janeiro, 1915-1917 [1919, livro IV]
Livrarias Aillaud e Bertrand | Livraria Francisco Alves
1.ª edição (excepto os livros I, IV e VIII, que são da 2.ª edição)
10 livros + 1 folha volante promocional (completo)
200 mm x 125 mm (estojo)
64 págs. + 54 págs. + 64 págs. + 64 págs. + 64 págs. + 64 págs. + 64 págs. + 72
págs. + 76 págs. + 96 págs. + 4 págs.
subtítulos: I. Caminhos; II. Auto do Anno Novo; III.
Á Lareira; IV. Vida de Lavrador; V. D’Aquem e d’Alem-Mar; VI.
Do Meu Quintal; VII. Os Namorados; VIII. Auto de Junho; IX.
Um Lenço de Cantigas; X. Cartas ao Vento
profusamente ilustrados com desenhos impressos a sanguínea sobre papel marfim
brochuras* acondicionadas num estojo próprio de fabrico recente em papel de
fantasia
exemplares estimados; miolo limpo
assinaturas de posse nos livros VII e VIII
130,00 eur (IVA e portes incluídos)
Raul
Brandão, numa memorável página das suas Memórias
(Jornal do Fôro, Lisboa, 1969), recorda-o assim o poeta:
«António Correia de Oliveira, ossos, nervos e a pele necessária para os cobrir
– com um chapéu alto e lustroso em cima – grande poeta, com raízes profundas na
natureza, tem na Beira uma tia que passa a vida em diálogos estranhos com as
árvores e as pedras. E mal chega a noite ei-la começa a cumprir o seu fadário:
leva até à madrugada a dar de beber indistintamente às plantas do seu quintal e
às dos quintais vizinhos, numa aflição, numa piedade que se estende até às
ervas ignoradas e ruins. Monologando sempre, vai e vem – que não fique alguma
com sede – com o regador nas mãos, até que a manhã a encontra exausta, feliz,
encharcada até aos ossos e ainda embebida naquele sonho frenético de ternura...
Toda a emoção do poeta está aqui, do grande poeta que diz: – Sinto em mim uma
força da natureza... hei-de aproveitá-la. – Os avós deram cabo da casa. O pai
ninguém o arrancava às suas árvores, e um tio, personagem de Camilo, morreu
cosido de facadas. A mocidade do poeta foi também dolorosa. Chamavam-lhe
mágico. Para não pesar à mãe escreveu à rasa num tabelião e foi proposto de
recebedor em Sesimbra, ele que nunca soube somar. Iam as mulheres dos
pescadores pedir-lhe perdão das décimas, e nunca na memória dos homens se viu
recebedor em semelhantes apuros, perplexo diante dos papéis, dos pobres, da
desgraça, das contas e da sua própria alma! Um dia gostou duma mulher e
escreveu os primeiros versos, Ladainhas. – Eu não sabia o que eram
versos, nem medir versos. Saiu-me aquilo... Troçaram-me tanto que estive para
endoidecer. Sabe o que me valeu? Um artiguinho do Trindade Coelho no Repórter.
Essas palavras salvaram-me!»
* O livro IV tem cartonagem editorial.
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