FERNÃO MENDEZ PINTO
Lisboa, 1829
Na Typographia Rollandiana
«nova edição conforme á primeira de 1614» (6.ª edição)
4 volumes (completo)
15,2 cm x 11 cm
[8 págs. (não num.) + VIII págs. + 380 págs.] + [4 págs.
(não num.) + 388 págs.] + [4 págs. (não num.) + 350 págs. + 4 págs. (não num.:
«Livros Portuguezes que se vendem em Casa
de Rolland [...]»)] + [4 págs. (não num.) + 156 págs.* + 196 págs.** + 72
págs.***]
títulos que constituem o tomo IV: * Itinerario de Antonio Tenrreyro cavaleyro da Ordem de Christo, em que
se contem como da India veo por terra a estes reynos de Portugal; ** Tractado em que se contam muito por estenso
as cousas da China, com suas particularidades, e assi do reyno de Dormuz
composto por el R. padre Frey Gaspar da Cruz da Ordem de Sam Domingos. Dirigido
ao muito poderoso rey Dom Sebastiam nosso Señor; *** Breve discurso, em que se conta a conquista do reyno de Pegú na India
Oriental [...]
encadernações homogéneas da época em inteiras de pele
marmoreada com gravação a ouro nas lombadas
pouco aparados
exemplares em bom estado de conservação; miolo
irrepreensível
PEÇA DE COLECÇÃO
440,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Do «Catalogo dos
Autores e obras, que se lerão, e de que se tomárão as autoridades para a
composição do Diccionario da Lingoa Portugueza» (tomo primeiro: A, Academia
Real das Ciências, Lisboa, 1793) [ortog. actualizada]:
«[Fernão Mendes Pinto] nasceu em a vila de Montemor-o-Velho
do bispado de Coimbra em 1509, e faleceu na vila de Almada pelos anos de 1580
ou 1581 com 72 de idade. [...]
O livro da sua Peregrinação
por ele mesmo escrito, é realmente um dos óptimos, que temos na nossa língua, e
pode ser que nas outras com dificuldade se aponte algum no mesmo género, que em
interesse, descrição e elegância lhe ganhe preferência. O merecimento desta
obra singular, cuja leitura se repete sempre com satisfação e novo prazer, não
consiste só na exposição dos muitos e estranhos sucessos, que nela se
encontram, nem na novidade dos usos, ritos e costumes de varias gentes desconhecidas,
pois que isto lhe é comum com outros escritores: mas sim na beleza de seu
estilo, e na bondade da expressão, sem as quais fica sendo inútil, quando se
escreve, o bem discorrer. O Autor rápido e conciso em suas reflexões sabe com
igual acerto e justiça apreciar as virtudes e os vícios, e fazendo tomar parte
a seus leitores nos acontecimentos, que lhes representa com evidência e força,
lhes concilia particularmente a confiança, e até mesmo a afeição, pela nobre
singeleza, que se tem por inseparável da verdade, e como indício certo da boa
fé. [...]»
Quanto à vertente edição, Inocêncio Francisco da Silva
refere o seguinte no seu magno Diccionario
Bibliographico Portuguez (tomo II, Imprensa Nacional, Lisboa, 1859):
«[...] Ultimamente, o arcebispo de Lacedemonia D. Antonio
José Ferreira de Sousa, zeloso e distincto philologo, [...] persuadiu ao
livreiro‑editor Francisco Rolland a emprehender uma nova, e correctissima
edição, feita escrupulosamente sobre o texto da primeira original, reservando a
si elle arcebispo o cuidado da revisão das provas, e escrevendo o prologo que
na mesma se lê. [...]
O tomo IV é todo preenchido com o Itinerario de Tenreiro, tambem restituido á sua pureza primitiva
(para o que precedeu a conferencia dos exemplares da primeira e segunda edição
do mesmo Itinerario, que existiam em
Coimbra na livraria da Universidade, trabalho de que se encarreeou o sr. dr.
Cicouro) – com a Conquista do Pegú, e
com a reproducção feita pela primeira vez do rarissimo Tractado das cousas da China, escripto por Fr. Gaspar da Cruz, o
qual serve em parte de illustração á narrativa de Fernão Mendes. [...]»