segunda-feira, outubro 17, 2022

Almanaque

 





Lisboa, Outubro de 1959 a Maio de 1961
dir. J. A. de Figueiredo Magalhães
propriedade da Sociedade Comercial Abel Pereira da Fonseca / Editora Ulisseia
18 números (completo)
253 mm x 173 mm
[176 págs. + 32 págs.] + [178 págs. + 30 págs.] + [194 págs. + 30 págs. + 1 bilhete-postal em extra-texto] + [194 págs. + 14 págs.] + [178 págs. + 14 págs.] + [166 págs. + 30 págs. + 1 desdobrável (grande formato) em encarte] + [176 págs. + 16 págs.] + [186 págs. + 14 págs. + 1 desdobrável (grande formato) em extra-texto] + [170 págs. + 14 págs. + 1 tríptico em extra-texto] + [178 págs. + 14 págs.] + [162 págs. + 30 págs.] + [152 págs. + 32 págs.] + [154 págs. + 54 págs.] + [156 págs. + 78 págs.] + [184 págs. + 1 folha em extra-texto + 1 desdobrável em encarte] + [128 págs. + 1 marcador em extra-texto (ficha técnica)] + [134 págs. + 1 marcador em extra-texto (ficha técnica) + 16 págs. (separata)] + [192 págs. + 1 marcador em extra-texto (ficha técnica)]
profusamente ilustrado
impresso a negro e a cor
exemplares como novos, excepto o último; miolo irrepreensível
PEÇA DE COLECÇÃO
370,00 eur (IVA e portes incluídos)

Do Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Século XX (1941-1974) de Daniel Pires (vol. II, 1.º tomo, Grifo, Lisboa, 1999):
Revista «[...] dinamizada por José Cardoso Pires e, eventualmente, por Luís de Sttau Monteiro [...]. O conselho de redacção era constituído por aqueles dois escritores e por José Cutileiro, Baptista-Bastos, Augusto Abelaira e Alexandre O’Neill, cabendo a orientação gráfica a Sebastião Rodrigues, coadjuvado, mais tarde, por João Abel Manta. As capas [couberam] maioritariamente a Sebastião Rodrigues. Contou com Pilo da Silva como redactor-paginador, com as fotografias de Armando Rosário, Eduardo Gageiro, Mário Novais, João Martins e João Cutileiro[,] e ainda com os desenhos de João Abel Manta, Câmara Leme e de Pilo da Silva [mas também o surrealista João Rodrigues]. [...]
José Cardoso Pires, na biografia redigida por Liberto Cruz, evoca esta publicação do seguinte modo: “O programa era simples: ridicularizar os provincianismos culturais, cosmopolitizados ou não, sacudir os bonzos contentes e demonstrar que a austeridade é a capa do medo e da ausência de imaginação.” [...]
Vasco Pulido Valente, por sua vez, assinala: “Assim que abriu, o Almanaque, estrategicamente situado na Rua da Misericórdia, passou a ser uma espécie de clube, onde as pessoas iam de manhã diluir o álcool da véspera e combinar almoços e, no fim da tarde, se encontravam como num café, para pôr em dia os boatos e as conspirações correntes. (...)”
Apresentava o eclectismo inerente a um verdadeiro almanaque: efemérides, actualidades (amplamente ilustradas), divulgação científica, política, caça, pesca, literatura (conto, poesia), pintura, cinema, divulgação da realidade de outros países, astrologia, quirologia, caracteriologia, passatempos, paciências, palavras cruzadas, testes, anedotas, canasta, etc. [...]
O universalismo que reflectia, num país que tinha muito de claustrofóbico, foi amplamente reforçado com as reportagens mensais sobre países e povos exóticos, com maneiras distintas de estar no mundo [...]. O dar a conhecer o que se passava além-fronteiras, numa época em que a televisão em Portugal era incipiente, foi também a pedra de toque [...].
A revista constituiu uma radiografia rigorosa dos acontecimentos que marcaram uma época. [...]»
A lista completa dos sucessivos colaboradores, quer da vertente revista quer da casa editora Ulisseia, é absolutamente impressionante, sendo que a cultura ficou a dever, na época, à firma Abel Pereira da Fonseca, a excelência exemplar da aplicação de dinheiro dos lucros de uma actividade merceeira. Hoje em dia, um comerciante ou um industrial de sucesso mais facilmente financia os partidos políticos...

pedidos para:
pcd.frenesi@gmail.com
telemóvel: 919 746 089