CÉSAR DOS SANTOS
Lisboa, Setembro de 1945
Edições Cosmos
1.ª edição
186 mm x 127 mm
176 págs.
cartonagem editorial com folhas-de-guarda impressas
exemplar em bom estado de conservação; miolo limpo
17,00 eur (IVA e
portes incluídos)
Da nota de abertura do autor:
«[...] das nações sedentas de conquistas, que se lançam na
desvairada aventura imperialista e humilham e escravizam multidões pacíficas,
indefesas, quando tombam do seu ilusório poderio e são esmagadas sob o peso das
próprias ambições, se alguma coisa fica e não se afunda com as ignomínias é o
produto do labor científico, são os reflexos da sua cultura, quando esta atinge
elevada expressão característica, as tradições artísticas e literárias – as
reminescências espirituais, através da Literatura em que se espelha a
mentalidade dos povos e onde se retrata fielmente a alma das nações. [...]»
(O Japão havia acabado de ser punido, com duas bombas
atómicas, pela sua adesão ao nazismo, mas as palavras de César dos Santos
servem a todo e qualquer outro colonialismo, a todo e qualquer outro quinto
império...)
E segue o jornalista e ficcionista César dos Santos
(1907-1974), na bem informada defesa daquilo que desse povo “imperial” devemos
apreciar:
«O que vulgarmente se conhece do estranho País do Sol
Nascente [Dai Nipon], regado com
sangue de europeus martirizados e onde os alicerces de algumas cidades
orgulhosas assentam sôbre os ossos de legiões de párias, o que sempre despertou
a curiosidade e o interêsse contemplativo dos ocidentais são as pinturas dos
seus artistas famosos, como Konaoka, Hokusai ou Otamaro, e os versos dos seus
celebrados poetas, breves composições, de concisão prodigiosa e requintado
lirismo – verdadeiramente o que há de original na Literatura Japonesa. [...]»