segunda-feira, março 11, 2024

Na “Fermosa Estrivaria”

 

JOAQUIM MADUREIRA (BRAZ BURITY)

Lisboa, 1912
Livraria Classica Editora de A. M. Teixeira & C.ta
1.ª edição
192 mm x 114 mm
368 págs.
subtítulo: Notas d’um Diario Subversivo – 1911
impresso sobre papel superior avergoado
exemplar estimado, capa suja; miolo limpo
VALORIZADO PELA DEDICATÓRIA MANUSCRITA DO AUTOR
50,00 eur (IVA e portes incluídos)

O dito do Cavaleiro de Oliveira acerca da Lisboa setecentista, onde os cidadãos se tratariam entre si com a falta de urbanidade de verdadeiras cavalgaduras, é aqui recuperado pelo humorista, que em género de diário político vai esboçando o retrato trágico de uma época histórica perdida:
«[...] sabidas as contas, embora isso pése á florida rhetorica vermelha, não era, na verdade, um regimen que collectivamente nos opprimia – era uma cilha que brutalmente nos apertava; sobre a sociedade portugueza não pairava, realmente, como espectro, a entoar-lhe os responsaes da agonia, uma crise politica que a embaraçava, uma crise moral que a abandalhava ou uma crise economica que ameaçava subvertêl-a: – o que a derreava e a trazia na espinha, o que a tolhia e a mirrava, a sugar-lhe o sangue, a arrancar-lhe a pélle, arrastando-a implacavelmente ao guano das sociedades apodrecidas, era a albarda, a albarda monstruosa, a albarda desmesurada, a legendaria albarda sob a qual se vergava e se contorcia, se cambrava e se ia esbarrondando a jumencia nacional... [...]»

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