quarta-feira, novembro 23, 2022

Declaração de Guerra às Forças Armadas e Outros Aparelhos Repressivos do Estado

 

CUSTÓDIO LOSA [MAJOR DISSIDENTE]
capa de E. Medeia


Lisboa, 1979
Edições Antígona
1.ª edição [única]
210 mm x 110 mm
52 págs. + 1 folha em extra-texto
capa perfurada como as caixas-brinde de uma empresa chocolateira da época
exemplar como novo
27,00 eur (IVA e portes incluídos)

Trata-se do livro de abertura no catálogo de um conhecido editor de Santarém estabelecido na capital. Diz o «Prefácio dos Editores», logo nas primeiras páginas, que o respectivo original desta Declaração de Guerra terá sido apanhado do chão num bar rasca do Cais do Sodré, e que, dada a natureza «radical» do mesmo, logo o apadrinharam como farol do que viria a ser a marca linguaruda das Edições Antígona. E mais diz ao que vinha esta Antígona: «[…] Nunca demos especial importância à cultura […]. Seria, porém, um purismo infantil, não utilizar a arma do livro (uma mercadoria como outra qualquer) para publicitar as experiências de corte radical com este mundo. Só realizando a mercadoria se pode superá-la e só superando-a se pode realizá-la. […]» E assim sendo, servindo-se à larga da anti-cultura, nunca mais, até aos dias de hoje, o conhecido editor das Edições Antígona parou de «realizar a mercadoria», enquanto espera o milagre económico da sua «superação». Se, na altura, em vez de livros, tivesse optado por tampas de panelas, ou o fabrico de cartuxos com pólvora seca, o resultado, em termos de oposição subversiva aos «aparelhos repressivos do Estado», teria, necessariamente, sido idêntico. Faltou-lhes, aos “editores” da Antígona perceber que a publicação de livros dissidentes, «(uma mercadoria como outra qualquer)», apenas serve de registo e sinal de existência de um diverso modo de estar no mundo: a lenta e insinuante superação da vida quotidiana no seio do capitalismo. Não existindo – porque não existe mesmo – marginalidade nas sociedades com economias de mercado, convém não pôr a carroça à frente das bestas.

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