domingo, outubro 02, 2022

Arte de Furtar



[ANÓNIMO DO SÉC. XVII]
desenhos do pintor Eduardo Batarda
arranjo gráfico de Paulo-Guilherme
comentários de Natália Correia, Armando Castro, Hernâni Cidade, João Bénard da Costa

Lisboa, 1970
Edições Afrodite de Fernando Ribeiro de Mello
[1.ª edição ilustrada, neste editor]
182 mm x 132 mm
392 págs.
ilustrado
exemplar em bom estado de conservação; miolo limpo
30,00 eur (IVA e portes já incluídos)

Durante longos anos correu este gostoso texto atribuído ao padre António Vieira, mas Inocêncio Francisco da Silva (ver Diccionario Bibliographico Portuguez, tomo I, Imprensa Nacional, Lisboa, 1858), ao fazer um resumo das diferentes posições ao longo dos tempos relativamente a uma tal autoria, põe alguma luz sobre o problema:
«[...] A Arte de Furtar foi prohibida em Hespanha por edito da Inquisição de... de Janeiro de 1755, e ahi se declara ser falsamente attribuida ao P. Antonio Vieira. Passou depois para o corpo dos Indices Expurgatorios do mesmo Tribunal e ainda no ultimo, impresso em Madrid, 1790, a encontro a pag. 277, com a mencionada declaração.
Excluida assim a idea de que a obra fosse de Vieira, restava indagar a qual dos escriptores seus contemporaneos poderia attribuir se com maior verosimilhança.
Alguns criticos, tractando este ponto talvez com nimia prudencia, não quizeram arriscar a respeito d’elle uma opinião decisiva. D’este numero é o professor Pedro José da Fonseca, que no Catalogo dos Auctores collocado á frente do tomo I (e unico) do Diccionario da Academia, a pag. LXI, tendo dado por demonstrado que o attribuir tal obra ao P. Vieira fora impostura, com que algum escriptor occulto pretendeu acreditar se á sombra de tão respeitavel nome, accrescenta: “Todavia não deixou elle (quem quer que fosse) de contrafazer e imitar felizmente o estylo e phrase do supposto e famigerado auctor em viveza, facilidade, correcção, e até mesmo em elegancia.”
Mas nos tempos modernos varias conjecturas se têem feito, com o fim de descubrir entre os escriptores do reinado de D. João IV, ou proximos a elle, o que com mais visos de probabilidade poderia ter produzido esta obra, que denuncia no seu auctor ingenho não vulgar, espirito penetrante, e sciencia experimental dos negocios administrativos e financeiros da epocha em que viveu. [...]»

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